Multas até 44 mil euros para quem barrar cães de assistência

"É uma boa lei", considera João Fonseca, presidente da Associação Beira Aguieira de Apoio ao Deficiente Visual (ABAADV), que gere a única escola em Portugal que educa cães-guia para cegos. "Será uma das melhores da Europa", defende Liliana de Sousa, dirigente da Ânimas - Associação Portuguesa para a Intervenção com Animais de Ajuda Social, que treina cães que auxiliam pessoas surdas ou com incapacidade motora.
O decreto-lei 74/2007, publicado em "Diário da República" a 27 de Março, revoga o 118/99 que era apenas dedicado ao cão-guia e consagra a entrada de cães de assistência a locais, transportes e estabelecimentos de acesso público quando acompanhados por pessoa com deficiência, treinador habilitado ou família de acolhimento credenciada.
A introdução de coimas visa "reforçar a garantia dos direitos das pessoas com deficiência e punir as condutas que restrinjam o exercício destes direitos e limitem a mobilidade, autonomia e independência destes cidadãos", refere o texto da lei. Caberá ao futuro Instituto Nacional para a Reabilitação (INR) a instrução do processo, cujo valor está dependente da gravidade e conduta do infractor. As verbas serão repartidas entre o Estado (50%), o INR (30%) e a força de segurança que registar a queixa (20%).
Apesar deste ser mais um argumento, a sensibilização continua a ser a prioridade. "É necessário explicar que a lei existe e que estes cães podem entrar nos locais porque são educados" para saber como se devem comportar, salienta Liliana de Sousa.
O dirigente da ABAADV elogia ainda o factor "credenciação" no que respeita às instituições responsáveis pelo treino dos cães, sendo o INR a entidade que fará o registo e divulgação dos estabelecimentos autorizados.
Treinados para ajudar
A escola da ABAADV, situada em Mortágua, tem três educadores e, desde 1999, já entregou gratuitamente mais de 50 cães-guia a cegos. No primeiro ano de vida o cachorro está com uma família de acolhimento para aprender a viver numa casa com pessoas. O treino técnico, no segundo ano, tem a finalidade de ensinar ao cão como responder perante as necessidades do quotidiano de uma pessoa sem visão. A Ânimas, com sede no Porto, tem dois treinadores e, em cinco anos de actividade, formou dois cães para auxiliar utilizadores de cadeira de rodas. Prepara-se para entregar o terceiro. Um cão-guia dá maior segurança ao cego, conseguindo identificar uma caixa multibanco ou contornar obstáculos inesperados nos passeios; um cão para surdos alerta para o choro de um bebé ou para o toque da campainha; um cão de serviço ajuda a acender luzes, recolher objectos do chão ou abrir portas. O Governo reconhece na nova lei que "a utilização de cães de assistência contribui decisivamente para a autonomia, auto-suficiência e independência das pessoas com deficiência"." in "Jornal de Notícias", 08/04/2007
1 Comments:
Vá lá uma lei de jeito,nem parece de portugal.Acho muito bem,Porque quem vê,não precisa de auxílio,mas mais tarde não sabe o que pode acontecer,e pode vir a precisar de um cão destes,e está sujeito a que lhes façam o mesmo
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